No dia 13 de junho de 1999, em Varsóvia, foi celebrado, pelo Papa João Paulo II, o Rito de Beatificação de Edmundo Bojanowski, de Ir. Regina Protmann e 108 mártires. Todos os anos recordamos esta data com alegria, pois ela alimenta e fortalece nossa fé e esperança, na certeza de que Cristo Ressuscitado acompanha sua Igreja. Cada um dos Beatificados, ainda hoje, são admirados pelo testemunho corajoso que nos deixaram.
(Segue um recorte da Homilia)
“Graças à fé na divina misericórdia, a esperança perdurou em nós. Ela não dizia respeito apenas ao renascimento social e à restituição ao homem da dignidade nas dimensões deste mundo. A nossa esperança vai muito além: de fato, tem em vista as promessas divinas que ultrapassam amplamente a temporalidade. […] Somente a esperança que nasce da fé na ressurreição nos pode impelir a dar na vida quotidiana uma resposta digna ao amor infinito de Deus. Somente com esta esperança podemos ir ao encontro dos «doentes» (Mt 9, 12) e ser apóstolos do amor de Deus que cura. […] Somente um testemunho de misericórdia laboriosa é sinal de esperança para o homem de hoje, de modo especial para as jovens gerações; e se para alguns ela é também um «sinal de contradição», oxalá tal contradição jamais nos distraia da fidelidade a Cristo crucificado e ressuscitado.
O apostolado da misericórdia colmou a vida também do Beato Edmundo Bojanowski. Este proprietário de terras de Wielkopolska, dotado por Deus de numerosos talentos e de uma particular profundidade de vida espiritual, não obstante tivesse uma saúde frágil, realizou e inspirou com perseverança, prudência e generosidade de coração uma vasta atividade em benefício da população rural. Orientado por um discernimento repleto de sensibilidade às necessidades, deu início a numerosas obras educativas, caritativas, culturais e religiosas, de apoio material e moral à família rural. Permanecendo leigo, fundou a Congregação das Servas da Bem-Aventurada Virgem Imaculada, muito conhecida na Polônia. A guiá-lo em cada uma das suas iniciativas era o desejo de que todos se tornassem partícipes da redenção. Inscreveu-se na memória humana como «um homem cordialmente bom» que, por amor a Deus e aos homens, sabia unir com eficácia os vários ambientes à volta do bem. Na sua rica atividade, precedeu de muito aquilo que o Concílio Vaticano II disse acerca do tema do apostolado dos leigos. Deu um excepcional exemplo de trabalho generoso e sapiente em prol do homem, da Pátria e da Igreja. A obra do Beato Edmundo Bojanowski foi continuada pelas Irmãs Servas, a quem saúdo de todo o coração e agradeço o serviço silencioso e repleto de espírito de sacrifício a favor do homem e da Igreja.
Hoje estamos a celebrar a vitória daqueles que, no nosso tempo, deram a vida por Cristo, deram a vida temporal para a possuir pelos séculos na sua glória. Trata-se de uma vitória particular, porque é compartilhada pelos representantes do clero e dos leigos, jovens e idosos, pessoas de várias classes e posições.
Alegra-te, Polônia, pelos novos Beatos: a Regina Protmann, Edmundo Bojanowski e os 108 Mártires. Aprouve a Deus «mostrar a extraordinária riqueza da sua graça mediante a bondade» dos teus filhos e filhas em Cristo Jesus (cf. Ef 2, 7). Eis a «riqueza da sua graça», eis o fundamento da nossa inabalável confiança na presença salvífica de Deus ao longo dos caminhos do homem no terceiro milênio! A Ele seja dada glória pelos séculos dos séculos”. Amém